Procurando uma resenha sobre o livro O Reencontro de Fred
Uhlman encontrei está tão interessante que além da informações sobre o livro fala um pouco a leitura, adorei:
Na vida atribulada que levamos, tempos atuais, dispomos de
pouco tempo para desfrutarmos dos pequenos prazeres que a mesma nos oferece. A
leitura é um deles.
Quando falo de leitura, refiro-me a literatura
na sua forma mais pura e não a simples leitura de jornais, revistas, etc. Falo
do ato apaixonado de ler, da cumplicidade livro/leitor, da magia hipnótica que
os livros nos tomam, inebriam e nos enternecem, quando submissos nos rendemos à
sua paixão.
No Brasil, lemos pouco, seja por motivos culturais, sociais
e/ou, principalmente, econômicos; os livros são caros em relação ao poder
aquisitivo da maioria da população. Para termos uma ideia, os russos leem, em
média, vinte livros por ano, os brasileiros de um a dois; a cidade de Buenos
Aires (Argentina) tem mais livrarias que todo o nosso país, com uma população
cinco vezes menor.
(...)
Em O Reencontro, Uhlman nos conta a história da terna
amizade, intensa e inocente, entre dois jovens adolescentes no interior da
Alemanha, em 1932. Hans Schwarz, judeu, e Konradin von Hohenfels, descendente
da aristocracia alemã, dois jovens que o preconceito e a guerra separam. Anos
mais tarde, exilado, uma revelação sobre seu amigo Konradin deixa Hans - e nós
leitores - petrificado. A linguagem usada pelo autor é terna e cálida, traduzindo
os sentimentos difusos de almas em formação. Ulhman vai mais longe, traça um
paralelo entre a fragilidade afetiva dos dois amigos e a fragilidade da
civilização, ambas atropeladas pela insanidade da história; e temos aí, mais
uma obra-prima.
O ponto convergente entre as duas obras é a estupidez da
guerra, que independente de seus protagonistas, destrói mais almas que vidas.
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