quarta-feira, 31 de julho de 2013

O reencontro

Procurando uma resenha sobre o livro O Reencontro de Fred Uhlman encontrei está tão interessante que além da informações sobre o livro  fala um pouco a leitura, adorei:


Na vida atribulada que levamos, tempos atuais, dispomos de pouco tempo para desfrutarmos dos pequenos prazeres que a mesma nos oferece. A leitura é um deles.

Quando falo de leitura, refiro-me a literatura na sua forma mais pura e não a simples leitura de jornais, revistas, etc. Falo do ato apaixonado de ler, da cumplicidade livro/leitor, da magia hipnótica que os livros nos tomam, inebriam e nos enternecem, quando submissos nos rendemos à sua paixão.
No Brasil, lemos pouco, seja por motivos culturais, sociais e/ou, principalmente, econômicos; os livros são caros em relação ao poder aquisitivo da maioria da população. Para termos uma ideia, os russos leem, em média, vinte livros por ano, os brasileiros de um a dois; a cidade de Buenos Aires (Argentina) tem mais livrarias que todo o nosso país, com uma população cinco vezes menor.

(...)

Em O Reencontro, Uhlman nos conta a história da terna amizade, intensa e inocente, entre dois jovens adolescentes no interior da Alemanha, em 1932. Hans Schwarz, judeu, e Konradin von Hohenfels, descendente da aristocracia alemã, dois jovens que o preconceito e a guerra separam. Anos mais tarde, exilado, uma revelação sobre seu amigo Konradin deixa Hans - e nós leitores - petrificado. A linguagem usada pelo autor é terna e cálida, traduzindo os sentimentos difusos de almas em formação. Ulhman vai mais longe, traça um paralelo entre a fragilidade afetiva dos dois amigos e a fragilidade da civilização, ambas atropeladas pela insanidade da história; e temos aí, mais uma obra-prima.
O ponto convergente entre as duas obras é a estupidez da guerra, que independente de seus protagonistas, destrói mais almas que vidas.



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